
O vento traz meus cabelos aos olhos
Apenas uma fresta dos meus olhos negros mergulham na noite
...os cabelos cobrindo a face, bagunçados... sinto seu perfume.
...Ouço aquelas canções
Canções que marcaram um tempo gelado e distante... o tempo da menina que não se sentia exausta em se perder...
... Ao mesmo momento um tempo que foi cálido... por permitir que sua mente se elevasse a devanear tórrida e enlouquecidamente
Dilacerava-me como o despedaçar sensual das pétalas de uma rosa vermelha atirada ao vento...
E mesmo assim persistia...
Anseava...
Sentia uma sede insaciável de ter o fervor de seu sangue próximo de mim.
Noites sombrias... me prostrava sobre as palavras que me traziam o vapor
O vapor fino de lembranças que não existem
Criação doentia... dançava em minha mente como o fantasma da ópera.
Com seu vermelho me aprisionastes naquele tempo
Um manto a envolver
A desvendar a sede, a fome o desejo ardente de mais e mais... de mim.
Escrevo impulsivamente o que me incide
Inconsequente com a razão
Dando vôo ao sentir, sentido ao que não existe.
Passado, presente... tempo... quem pode ou o que pode definir?
Sentir, o pulso... pulsar...
Essa sou eu, perdida nas linhas do tempo remoto... a garota que sempre se calava...
A garota que sempre escreve sem se preocupar com repercurções e reflexos
Leve a sério somente nesse segundo de leitura... sinto de maneira tão inconstante...
Palavras o que pode significar para cada um?
Deixo os sentidos me guiarem...
E nesse breve momento... voltei as noites de céu sombrio... nuvens escuras
As noites tristes que também amo.
Isa.
***
obs: o texto não tem ligação com o filme... apenas são divagações minhas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário