quarta-feira, 24 de março de 2010

O inverno repousa em mim...


O vento soa forte, empurrando as nuvens como se fosse arrancá-las da noite...
A canção soa doce e sedutora... envolvendo cada célula de meu corpo
A noite me tem
Sinto o inverno chegando, sente esse ar doce?
Dos poemas lançados na palidez do papel
Dos desejos vivenciados no obscuro insano, no limiar dos pensamentos
O toque na pele... as listras das pontas dos dedos sentindo com todo seu calor
Podemos sentir frio... caminhar cabisbaixos pelas ruas...
Mas o céu está lá ... a noite como uma chama íntima nos aquece, envolve... incita
Nos fechamos... refletimos, relembramos... mas antes de tudo... sentimos.
No sonho posso ter? Figuras do imaginário... aquela pintura surreal que nós mesmos pincelamos... com o delinear dos desejos mais insaciáveis.
Os ponteiros... aquele som perturbador das horas passando
Da inércia... Por isso não durma...
Ficaremos acordados essa noite
Vejo seus olhos na escuridão que me chama
As mãos frias a me dominar
Com uma face de anjo... me confundes na sua escuridão
Aquele jardim esquecido que me deixas vislumbrar... breve e distante, está em você?
Posso senti-lo solitário em mim como tudo o que ficou...
Marcas... Como páginas de livros que guardam pétalas secas... pétalas onde repousaram promessas de amor... Aquelas tidas apenas nos cenários Shakesperiano... ou no mundo criado por sonhadores como eu em seus momentos inquietos sobre a existência humana.
Liberte-se, solte-se menina...
Sorriso tímido de mulher,
Que dança escondida de todos... pelos muros mais inalcansáveis... Muros em que seus dragões alçam vôo... onde seus demônios são libertos...
Lábios de vinho tinto... a beijar a noite como seda.
Durma sobre as palavras...
Leva para lápide tudo o que sente.
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Isa

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Apocalyptica e vinho tinto.


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Foto by Marcela

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